quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Capítulo 25

[...]

"Eu já passei por tanta coisa nessa vida, estive cara a cara com a morte várias vezes, enfrentei muitos perigos, me arrisquei, briguei, bati, apanhei, fiz coisas muito erradas, e levei grandes lições da vida, mas nada tinha me afetado tanto quanto aquelas palavras. Ela estava ali, me pedindo para ficar com os olhos lacrimejados depois de ser minha de todas as formas. Estava disposta a tudo, a aceitar meu silêncio, meus mistérios, meus sumiços, só queria ficar comigo. Mas isso não era nada perto de todo o resto, de toda a minha vida, do passado negro que eu carregava, do mundo obscuro onde eu vivia. Eu sabia! Sabia que ela jamais suportaria a verdade, e quando soubesse de tudo, toda aquela paixão, aquela dependência iam acabar, e ela ia me odiar para sempre, justamente por isso eu não podia ficar. Mas eu queria, tudo que eu mais queria na minha vida era poder ficar com ela, eu queria cuidar, proteger e não machucar como estava sendo obrigado." 
... 
Ele sorriu de canto, o sorriso mais dolorido que já esboçou na vida, depois levou suas duas mãos ao rosto dela e acariciou por longos segundos, a olhando nos olhos, enxugando suas lágrimas, depois disse por fim:
-Você é luz Sophie, é um anjo como eu já disse tantas vezes, e eu... Eu não mereço você. 
-Mas quem decide isso sou eu, e eu acho que você me merece sim. - Ela insistiu. 
-Se você soubesse... 
-Eu disse que não ia mais perguntar, eu jurei, e não vou. Quando você achar que deve, vai me contar. - Ela pousou suas mãos sobre as dele, seu tom era terno. 
-Você merece mais que isso Sophie, merece alguém melhor do que eu, mais livre... - E antes que ele terminasse ela fez careta.
-Como assim mas livre? Pedro se você for casado eu... - Ele riu dela. 
-Você acabou de jurar que não ia mais fazer perguntas. - Brincou com ela. 
-Mas é que essa pergunta é muito importante. 
-Não sou casado, eu que juro dessa vez! - Ele a tranquilizou - Não sou casado, não tenho filhos, não tenho outras mulheres, não é deste tipo de liberdade que estou falando. 
-Menos mal. 

Nesse momento ele soltou o rosto dela e segurou suas mãozinhas pequenas, ela observou o movimento atentamente:
-Estaria mesmo disposta a ficar comigo apesar de tudo? - Ele perguntou mesmo sabendo que não devia. 
-Depois de tudo isso? Sim, eu estaria. - Ela sorriu amarelo - Estou louca, eu sei, mas acredite, você me faz bem. Antes de te conhecer era como se eu apenas existisse, presa dentro de uma rotina que eu me fazia acreditar ser feliz, mas hoje, hoje eu vivo de verdade, vivo da ansiedade de te esperar, de estar com você. É cedo, eu sei, você deve estar assutado por me ouvir dizer todas essas coisas, mas eu sou assim, eu gosto de falar sobre os sentimentos, é como se fosse uma forma de organizá-los. Pedro nós não somos mais crianças, nenhum de nós tem tempo para ficar fazendo aquele charminho idiota de palavras veladas. Eu quero você, e estou dizendo isso com todas as letras para que você possa fazer o mesmo. 

A cada palavra que ela dizia, ele ficava mais fascinado e apaixonado. Ela tinha extrema liberdade de falar sobre o que sentia, nunca tinha conhecido ninguém assim, tão madura:
-Você tem rosto de menina e mente de mulher, isso é uma qualidade que a gente não encontra muito por ai. - Ele comentou sorrindo. 
-E você tem cara de mal mas não passa de um garotinho confuso, que não sabe direito o que quer. - Como ela adivinhou? 
-Eu quero você. - Ele falou sedutor. 
-Então estamos resolvidos, você me quer, eu o quero, nos nos queremos e você não vai mais viajar para o raio que o parta. -Ele gargalhou ao ouvir aquilo. 
-Muito autoritária também. 
-Só um pouco. - Ela maneou a cabeça para o lado de um jeito lindo. 

Depois disso ele voltou a deitar-se na cama dela, com as mãos atrás da cabeça, deixando os músculos definidos, ainda mais definidos:
-E se você se cansar de mim? - perguntou a encarando. 
-Ai sim, cada um vai pro seu lado. - Ela deu de ombros - O que não dá é pra deixar assim, inacabado, com gosto de quero mais. - Ela percorreu os dedos pelo peito dele e barriga - Mas algo me diz que vai levar um tempinho pra isso acontecer. 
-E se eu for um louco possessivo daqueles que leva um fora e fica obcecado perseguindo a garota? - No fundo ele só queria descontrair, fazê-la sorrir. 
-Ai vamos ter problemas, amas eu vou correr o risco. 
-E se eu não puder ficar? 

O silêncio instalou-se ali depois daquela pergunta, todo o bom humor se foi, só ficaram os dois, se olhando seriamente nos olhos:
-Eu não posso obrigar você a nada, é uma escolha sua, somente sua. - Ela respondeu de uma forma sensata. 
-E se eu quiser ficar, mas mesmo assim não puder ficar? 
-Pedro, você tem que conversar comigo, só assim poderei te ajudar. 
-Ninguém pode me ajudar. - Ele a puxou para deitar-se novamente e a abraçou forte. 
-Já pensou que você mesmo pode se ajudar? Seja lá com o que for? - Ela perguntou sabiamente. 
-Será? - Ele pensava ao longe. 
-Geralmente, a gente tem que se ajudar primeiro, depois vem o resto. 

Nesse momento ela buscou seu olhar, e ele lhe recompensou com um beijo longo e carinhoso:
-Você é maravilhosa, nunca se esqueça disso. - Confessou. 
-Você também é maravilhoso, ACREDITE nisso! - Falou pausadamente. 
-Vou acreditar, mas agora tenho que ir embora. 
Ele não queria aquilo, ela não queria, a lua não queria, o universo não queria, mas era o que tinha que ser feito. 

Depois de tudo aquilo, é claro que Pedro não teria coragem de sequestrar Sophie e a levar para Tony, resolveu que inventaria um desculpa qualquer para ele, mas pelo menos naquela noite, não faria mal nenhum ao seu anjo, nem até quando pudesse evitar.

"Apenas o observei enquanto se vestia, meu Deus como era lindo! Não questionei o fato de ele ter de ir embora, jurei que não questionaria nada mais a partir daquele dia, pois seria melhor tê-lo por perto sem pressão do que não tê-lo de maneira nenhuma. Algo me dizia que ele me contaria toda a verdade logo e sinceramente, eu não estava com medo daquela verdade, certamente seria algo sem importância, mas que para ele era a morte. A partir dali nada importava, a única certeza que eu tinha era de que o queria, da forma que fosse, eu o queria como nunca quis ninguém." 

-Não, não, fique ai, não precisa me levar a té a porta, sei o caminho. - Ele interrompeu ao vê-la se preparando para levantar. 
-Não é educado deixar a visita sair sozinha. - Ela se espreguiçou. 
-É, mas digamos que eu já sou de casa. - Sorriram juntos. 
-Nem vou perguntar quando vai aparecer de novo. 
-Ótimo. Mas não se preocupe, volto logo, quando você menos esperar, como hoje. - Ele piscou, depois foi até ela e lhe deu um beijo rápido - Espero que não se arrependa. 
-Arrepender? De que? - Ela não entendia. 
-Tchau. 
E assim, ele se foi, rápido e rasteiro e ela nãos e preocupou com mais nada, só ficou ali, sentindo o cheiro dele nos lençóis, era tudo que precisava. 
...
Enquanto isso, Pedro descia rapidamente as escadas, estava completamente ferrado, iria enfrentar um tsunami quando dissesse a Tony que não conseguiu pegar Sophie, mas tinha feito o que queria, o que achava que era certo e aguentaria as consequências. 

-Boa Noite. - Pedro que estava pensativo e distraído, se surpreendeu ao encontrar Augusto ao pé da escada. 
-Boa Noite. - respondeu cordialmente enfiando as mãos nos bolsos como sempre fazia. 
-Pedro seu nome não é? ... Como vai Pedro? - Augusto o analisava minuciosamente. 
-Isso mesmo, doutor Augusto. 
-Estava com Sophie? 
-Sim, ela ficou lá em cima. - Ele respondeu natural, mas percebeu que o velho não estava gostando nada daquilo. 
-Vocês são bem próximos não é? tem frequentado muito a minha casa. - Alfinetou. 
-Somos sim, mas porque a pergunta? Não gosta da ideia? - Pedro não ficou atrás. 
-Imagine rapaz, confio cegamente em Sophie e em quem ela trás aqui para casa. - Augusto sorriu sínico. 
-Confesso que estou mais aliviado agora. E eu queria poder conversar mais, porem tenho um compromisso agora, desculpe. - Pedro era tão educado quando um lorde quando queria. 
-Não se preocupe. 
-Então até mais. 

Foi ai que Pedro deu um tapinha nas costas de Augusto só pra provocar, foi ai que ele revidou:
-Ah rapaz, só mais uma coisa. - Augusto levantou o dedo, Pedro se voltou para ele. 
-Diga. 
-Não deixe mais sua moto na frente da minha garagem, tive que deixar meu carro do lado de fora por isso. 
-Ah, me desculpe, vou resolver seu problema agora. 

Então, Pedro finalmente pode ir embora e viu que a moto estava realmente tampando a entrada da garagem, e rente com ela, bem pertinho mesmo, certamente para provocar estava o conversível de luxo de Augusto, ele tinha parado a exatos dois centímetros da moto de Pedro:
-Ah, isso é uma ameaça meu velho? - Resmungou - Será que você anotou minha placa também? 
Olhou para as paredes da frente da casa e viu duas câmeras de segurança posicionadas, depois lembrou-se dos beijos que já tinha dado em Sophie ali mesmo e sorriu:
-Sua recompensa vira quando olhar as fitas velho babaca. 

Assim nada fez, sua vontade era de arranhar todo o carro do velho pela gracinha, mas se conteve, tinha coisas mais importantes a resolver. Então tirou a moto cuidadosamente para não arranhar o carro e partiu para a casa de Tony, pensando no que diria a ele. 

Chegou rápido lá, viu que a casa estava silenciosa, provavelmente todos do grupo tinham sido mandados para seus trabalhos, então respirou fundo, ainda pensando na mentira que inventaria para seu chefe.

[Continua]




Lindos pouco, 
talvez muito! 
Eles desistiu do sequestro, mas ainda não desistiu da missão, 
só esta empurrando com a barriga, 
mas uma hora a bomba explode, 
e aí?
Mas o que serpa que ele vai dizer a Tony? 
E como será que o chefe vai reagir? 

Aguardem!

Beijokas

Mayara
@Luansmyway

Um comentário:

  1. Quem é vivo sempre aparece e foi oque aconteceu comigo, eu perdi um monte de capitulos por estar sem internet e foi hoje que consegui me atualizar - Por mais que minha internet esteja uma droga ainda - Então, muita coisa aconteceu, Pedro apaixonado pela Sophie, que lindo, acho meigo isso kkk. O Pedro devia confessar seu amor pela Sophie né? Não é nada gay, como eu disse, é meigo kkk. Continua May? Beijoooooo

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